Bárbaro é o estado fascista de Israel
O DISCURSO DA “CIVILIZAÇÃO X BARBÁRIE” NA DEFESA DO ESTADO GENOCIDA DE ISRAEL
Sou fascinado por “signos” e “significados”, nos textos escritos ou imagéticos. E já manifestei minha revolta sobre como a “grande mídia” (brasileira e estrangeira) tem martelado no uso da palavra “terroristas”, associada aos palestinos, e “pessoas ou vítimas” israelenses.
Ontem, nos telejornais, me chamou a atenção a insistência no uso do termo “barbárie”, ao se falar da resistência palestina. E, aí, lembrei desta imagem: “Do Cabo ao Cairo” (acima), publicada em 1902 quando o Imperialismo avançava a passos largos e com suas botas de chumbo sobre a África e outras partes do mundo, justificando seus crimes com ideologias como a “eugenia” (a superioridade racial).
Nela, a “civilização”, representada por Brittania (personificação da Grã-Bretanha), já assume ares de superioridade ao estar em primeiro plano, desenhada com “beleza”, contornos definidos, aparência e traços que indicam “individualidade”. São humanos. Já os africanos, sob a bandeira da “barbárie”, formam uma “horda”; são seres disformes, desumanizados / animalizados, incapazes de esboçar individualidade. São um projeto mal-acabado de gente.
Hoje, é a mesma coisa. Israel está nas manchetes e reportagens, com riqueza de detalhes. Sua população é composta por indivíduos que têm nomes, histórias, parentes e amigos. Já os palestinos, são um mero “pano de fundo”, representados de forma distorcida e grosseira. São “os outros”. “Animais”, literalmente, para o Ministro da Defesa sionista. Partes, voluntárias ou não, de uma massa de “terroristas”, deformados pelo que são e o meio em que vivem.
E isso vale tanto para a mídia quanto para as potências imperialistas e seus governos capachos mundo afora, inclusive os de Brasil e Portugal. E não me falem em “narrativas”, como gostam pós-modernos e reformistas. É expressão da luta de classes em um capitalismo desde sempre racista.
Mas, na verdade, é este sistema que promove a barbárie. Na Palestina, há muito tempo. No resto do mundo, cada vez mais, com a destruição ambiental, a exploração sem limites e a crueldade da opressão. Eles são os bárbaros, não aqueles que lutam por dignidade e por liberdade. Daí a necessidade de se “pintar” um novo mundo, lembrando Rosa Luxemburgo: “Socialismo ou Barbárie".
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