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Práxis

Os filósofos limitaram-se sempre a interpretar o mundo de diversas maneiras; porém, o que importa é modificá-lo.

Práxis

Os filósofos limitaram-se sempre a interpretar o mundo de diversas maneiras; porém, o que importa é modificá-lo.

Moeda verde Floripa

25.09.07

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    Uma região da Espanha visitada pelo governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (LHS), em março último, foi tema de artigo da Folha no domingo (05/08/07): "Boom imobiliário destrói litoral espanhol". Opa! Que coincidência com a situação vivida em Florianópolis!

    E o artigo continua: "Quase 400 prefeituras estão sob investigação por obras irregulares, muitas em praias sob proteção ambiental; cinco prefeitos estão presos". Alguma semelhança com a Operação Moeda Verde?

    Segundo artigo publicado no site do Governo do Estado de Santa Catarina, LHS comemorava, em março último, a decisão de um grupo espanhol [!] de investir em um grande complexo turístico em Santa Catarina, com uma estrutura de até dez vezes o tamanho do projeto de Jurerê Internacional [!!].

    No artigo da Folha aparece a cidade expoente da prosperidade espanhola. "O maior foco dessa corrupção é um antigo reduto do jet-set europeu, Marbella, na Costa do Sol, ao sul do país, onde um prefeito foi deposto em 2002 e seus dois sucessores estão presos por corrupção e abusos urbanísticos".

    O artigo “Governador aponta entraves”, publicado no jornal A Notícia, em 27 de março de 2007: "O novo complexo turístico ficaria sediado em Governador Celso Ramos, com estrutura semelhante à encontrada pela comitiva de Luiz Henrique em Marbella [uau!], na Espanha, incluindo um terminal para transatlânticos e marina para mais de 500 barcos".

    Nosso governador é ou não é um piadista? Pena que o palhaço da história não seja ele.

    Em tempo: LHS ganhou em 2006 o Prêmio Motosserra de Ouro, da Rede de ONGs da Mata Atlântica. Segundo a Fundação SOS Mata Atlântica, Santa Catarina foi líder em desmatamento do bioma entre 2000 e 2005, período em que aumentou seu índice de desmatamento em 8%, equivalente à supressão de 48 mil hectares de florestas. Outros sete Estados, juntos, desmataram 46 mil hectares.

 

("Se em Marbella pode, pq aqui não pode?") -> vide entrevista Luiz Henrique TVBV.

 

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ARTIGO EXTRAÍDO, NA ÍNTEGRA, DO BLOG: "MOEDA VERDE FLORIPA", EM: http://moedaverde.blogspot.com/

Fotos da Ilha de Santa Catarina

25.09.07

Ilha-de-Santa-Catarina-Floripa-A-maior-Ilha-do-Bra

 

Fotos de minha cidade, a Ilha de Santa Catarina, tiradas a maioria por mim e disponíveis algumas no Google Earth: http://www.panoramio.com/user/888002

É uma cidade com uma população aproximada de 380 mil habitantes e que fica ao sul do Brasil. Sendo mais de 90% de seu território compreendido em uma ilha, a cidade contém 100 praias, sendo 4 delas em duas lagoas: a maior e ao norte e leste da cidade, denominada de Lagoa de Conceição; a menor, ao sul, com 5 km2 de água doce, denominada de Lagoa do Peri. Nesse sítio tem apenas fotos de algumas dessas praias. Vamos a elas.

 

Canção do Exílio

25.09.07

Exílio no fim do mundo

    Lá fora, 37º em pleno junho. Aqui dentro o ribombar de trombetas evangélicas me faz avistar o destino próximo. O que fazer com as angústias e desilusões antigas? O que fazer com o pulsar desordenado de um coração que me dilacera? Uma gutural e cadavérica gargalhada plaina na atmosfera quente e úmida de meu quarto e me faz claudicar as próprias pernas. O que é isso? A paisagem fria e estéril dessa terra me consome. Serão saudades? Recordações? Saudades e recordações?

    -- U Qui mi incomoda nãum é a partida, max u tempu di espera i a saudade que essa porprociona - dizia-me vez em quando compadre Nestor. Notórias palavras... meu compadre, hoje vejo, a saudade sufoca e angustia. Angustia por não saber lidar com ela, angustia por exilar-nos num vale de sombras, angustia pela intensidade sintática que possui, por não ser nada nem tudo, mas a ausência de ambos. Saudade é ferida que não sara.

    Sarará um dia? Não importa, nada mais - ou quase nada - importa. O calor é infernal, torna-se desesperador. O céu turvo e sem folhas a manchá-lo com seu verde musgo me assusta - paisagem morta, seca, “vazia”, paisagem monocromática. Os dias são sempre assim, nenhum pássaro gorjeia no ocaso, nenhuma cigarra vocifera sua estridente melodia, só(mente) pombos, domesticados, não vistos a olhos nus, escondidos nas torres das igrejas e percebidos apenas por seus excrementos imundos depositados nas ruas, denunciam vida pulsante (não humana). As noites, entretanto, são mais agradáveis. Nenhuma estrela, é certo, o luar - que para aparecer tem que se esquivar timidamente dos altos e pontiagudos prédios - divide seu brilho com o néon reluzente e multicolor... E as luzes, a vida por aqui, sem ela nada pode, nada vive, tudo é preso.

    É, compadre Nestor, você que está certo, a saudade machuca (angustia). A saudade exila o exilado, compadre. Não restam mais caminhos, as saídas se fecharam e o abismo é fundo, tão fundo e vazio quanto eu... Se ao menos eu pudesse me conformar: Não permita Deus que eu morra, sem que volte para lá. Se ao menos tivesse a coragem de chorar, meu Deus. Como arrastarei pela vida o escarniante latejar das recordções, as minhas infantis recordações? Como viverei aqui, trancafiado numa fria prisão de mármore, sem o fulgor intenso dos balões, única luz em uma vida?

    Queimam-se na ardente fogueira as ilusões efêmeras. Enquanto isso sobe, sobe balãozinho querido, sobe na alvura da noite escura, que escrevo eu aqui, escrevo e vivo, entre quatro paredes, enjaulado feito uma fera amedrontada, a saudade que fica dum tempo - nenhum - que não volta mais. É o paraíso no fim.

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CONTO ESCRITO EM 2001 E PUBLICADO EM MEU LIVRO (INTITULADO "PANDEMÔNIO").